quinta-feira, 20 de agosto de 2009

5 anos...

Dos homens da minha vida
O que mais beijei foi meu avô.
Dele herdei uma mala,
uma bússola ,
um canivete,
e gosto pelas viagens.
Nunca conheci ninguém,
além dele,
que não tivesse um momento sequer de mau humor.
Confesso que tive a oportunidade de vê-lo bravo,
Mas mal humorado... nem uma vez.
Homem de hábitos particulares
Era incapaz de gastos supérfluos.
Jamais gastava com roupas, sapatos e outros luxos.
Pois se o fizesse, sobraria menos para o essencial:
Os Vinhos!!! Ah, isso sim, quem poderia viver sem eles!?!?
Mas ainda assim, não era pão duro,
Porque se fosse,
jamais levaria a reboque toda a família para conhecer os mais longínquos e exóticos lugares.
E com toda a sua simplicidade, era um homem de gosto fino
e dedicou parte da vida a um único esporte, esqui na neve!
Nos idos de 60 chegou a ir para Argentina de Kombi com os filhos mais velhos
para praticar seu esporte do coração.
Acho que não sou capaz de imaginar as condições de tal aventura.
Mas mesmo assim, os participantes da epopéia só têm boas recordações.
Imagino que sob o seu comando,
A Kombi e as estradas deviam parecer seguras e confortáveis!
Organizado e rigoroso com horários,
Não fazia menor cerimônia em ditar as ordens,
Nem sempre com muita delicadeza,
mas sempre com uma segurança que ninguém se atrevia a questionar.
Adorava de sorvete de creme,
torta de frango da Edith,
Queca da Marião,
Peito de frango,
Queijos, truta
E muitas outras coisas.
não comia chocolate, contava que era alérgico.
A única coisa que me lembro dele não gostar era abóbora,
mas depois dos 80, disseram-lhe que fazia muito bem
e ele então passou a comer abóbora todos os dias,
sim, todos os dias!!
Não era homem de meios termos,
Se era bom, era bom e pronto!
Mas bom, bom mesmo, era ele...
Construiu uma casa, que apesar de saber tudo de eletricidade,
não tenha luz direta na sala, mas
tem seis quartos de dormir, um escritório,
uma salinha para o sol, um quarto de música, uma sala de jantar,
lareira, varanda e um quarto enorme para os netos.
Parece um exagero, mas não é,
Apesar de nenhum dos dez filhos terem morado na casa,
Ela fica pequena quando a turma chega,
Mas ai, a gente vai se achegando, achegando
E sempre acha um lugar.
Porque a casa que ele fez,
a casa da minha vó,
é a casa de todos nós!
E quando vem a saudade,
A gente olha ao redor,
E vê que eles estão lá.
Ele, entornando vinho na mesa.
Ela, olhando o prato, olhando por todos nós.
Ele, derramando gargalhadas,
Ela, economizando palavras.
Por hora,
nada mais a dizer.
Para sempre,
muito para lembrar...

domingo, 16 de agosto de 2009

o que alimenta a alma e o corpo...

Foi numa conversa cotidiana que surgiu o assunto sobre cozinhar. Não o cozinhar em dia de festa, executando com maestria aquela receita especial de um caderno pouco manuseado, mas o cozinhar do dia a dia.
Há anos faço isso, muitas vezes para comer sozinha, outras para receber amigos, outras família, e ultimamente para sentar a mesa com "as meninas".
Eu poderia facilmente pular essa tarefa, mas cozinhar alimenta minha alma.
Trivial simples: arroz, feijão, carne, legume, salada e muito, muito amor...
Alguns dias, temos um cardápio definido, quarta a noite, por exemplo, é dia de macarrão. A pequena adora e eu, como vou pedalar, me beneficio da energia da massa e das boas companhias.
Hoje foi dia de mesa cheia, dia de filet e risoto de morango. Cardápio diferente, de "festa", mas sem necessidade de receita.
A química começa nas minhas mãos, pula pra panela, é transformada pelo calor das chamas. Nesse momento o aroma já se espalhou pela casa enchendo de apetite os comensais.
Comida na mesa, deleite para os olhos e prazer para a boca.
Silêncio, sorrisos, um brinde.
Um brinde a todos os dias!!